segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O dia em que fomos deixados na estrada

Essa história é sobre um casal, o sistema rodoviário do Rio de Janeiro (Brasil) e a empresa 1001. Em abril de 2012 eu e Renan fomos para Búzios no feriado da Páscoa. Foram quatro dias de muita alegria e amor. A idéia de ir embora era um saco, mas não havia outro jeito. Na segunda eu tinha aula e o Renan um trabalho marcado. A passagem de volta estava marcada para as 20h30 e o ponto de ônibus ficava muito perto da casa do meu padrinho, onde estávamos. Chegamos no ponto de ônibus as 20h, com folga e as passagens na mão. Haviam algumas pessoas no ponto que informaram que o das sete e pouca já tinha passado, ou seja, o nosso deveria ser o próximo. 20h45 e nada. Começamos a ficar preocupados. Chegou uma menina que iria pegar o das 21h15. 21h15 e nada. Nenhum dos dois havia passado. As 21h30 chegou um ônibus, nós já estávamos putos e exaustos, mas por um lado aliviados que dessa vez deveria ser o nosso. Não era, era o da menina das 21h15 que ainda levou um fora. Eu e Renan abrimos a boca e tomamos um fora maior ainda. O sujeito motorista saiu varado! A 1001 não atendia nenhum telefone, nenhum SAC, nada. Tivemos que voltar para a casa. Ainda bem que o caseiro ainda estava lá com as chaves. Já tínhamos perdido nossos compromissos, então decidimos ir embora na segunda só de tarde para aproveitar um pouco mais. Chegamos na "rodoviária" de Búzios as 15h e conseguimos trocar nossa passagem para as 15h30. Pelo menos isso, apesar deles não terem nenhuma satisfação sobre o dia anterior. Foi o tempo de uma água e um picolé. Como nossa passagem da noite anterior era de executivo mais caro que tinha. Pensamos que tinham nos colocado em um ônibus que pelo menos tivesse banheiro. Na hora de embarcar descobrimos que nem isso tinha. Eu estava apertada e perguntei ao motorista se dava tempo de ir fazer xixi. Ele estupidamente falou que tinha pressa e precisava chegar no rio na hora. Eu respondi ironizando ele: "aham, até parece que essa empresa tem pontualidade, ou melhor respeito com o cliente". Tive que entrar, apertada. Chegamos na primeira parada e na hora de descer o Renan perguntou quanto tempo tínhamos e o motorista simplesmente respondeu: "o tempo que eu tiver". Calamos. Fomos ao banheiro e entramos para comer alguma coisa. Nosso sujeito motorista estava sentado do nosso lado. Assim que ele levantou levantamos também e nos dirigimos ao caixa. Enquanto pagávamos escutamos aquele aviso de que o nosso ônibus sairia em 5 minutos. 3 minutos, foi o tempo contado no relógio entre o caixa e o embarque. Mas, quado chegamos no embarque nos deparamos com um das cenas mais podres da minha vida. O nosso ônibus indo embora com todas as nossas coisas dentro! Tentamos correr, chegamos perto e ele acelerou. Catatônicos, andamos de volta em direção ao embarque. Assim que chegamos um motorista de um outro ônibus nos chamou: "Psiu! Eu vou quebrar o galho de vocês". Nesse instante consegui abrir a boca e só conseguia gritar: "Filhos da Puta, empresa de merda", no caso, estava preocupada em xingar a 1001 e o nosso motorista, não o segundo motorista, que apesar da fala ignorante, a princípio não tinha nada a ver com a história. Porém, nossa situação só piorou. O segundo motorista que nos ofereceu ajuda simplesmente entrou no ônibus sendo ainda mais grosseiro que eu dizendo que não nos levaria porque nós éramos muito mal educados. O Renan tentou, impedir ele de sair, pediu, insistiu que eu, assim como ele só estava obviamente nervosa. Mas para piorar mais um pouquinho, as únicas pessoas que estavam dentro desse ônibus e resolveram se meter, falaram em defesa do motorista, que ele só queria ter ajudado a gente e que queriam ir logo embora. Era inacreditável, o motorista só empurrava o Renan e as pessoas o defendiam. O Renan se irritou mais e subiu na escada de entrada do ônibus,. dizendo que ele era o único funcionário da empresa ali e que ele tinha a obrigação de nos ajudar. Nem que fosse entrando em contato com outro funcionário e pedindo ajuda para nós. Deu no que deu, o motorista covardemente deu uma voadora no Renan, que caiu da escada. Alguém me viu desesperada e me avisou que tinha um funcionário do Graal que administrava a chegada e saída dos ônibus de cada empresa. Fui correndo e encontrei o cara. Quando voltamos para lá O ônibus estava saindo com o Renan pendurado na porta. Gritamos e o motorista parou, abriu a porta para ele sair e foi embora acelerado. Ninguém acreditava, nem eu Nem o Renan nem o funcionário que nos ajudou! Ele nos disse que estava tudo errado! O primeiro motorista nunca poderia ter saído sem fazer uma contagem dos passageiros e se tivesse faltando alguém deveria falar com ele! O motorista também nunca poderia ter saído só com um sinal de aviso! Ele nos falou que são pelo menos 3. Tivemos que ir para o meio da estrada esperar mais 40 minutos até que passasse um outro ônibus da 1001 com lugar vazio. Esse funcionário também garantiu ligando para 1001 que nossas bagagens estariam a salvo! Chegamos no Rio, mas uma hora de denúncia e solicitações. Nossas bagagens estavam a salvo e o Renan sem ferimentos.

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